Em Santana
do Livramento me hospedei no Hotel
Masseilot, ótimo hotel com um preço bem acessível, e com ótimo café
da manha muito diferente dos hotéis argentinos e chilenos onde o café da manhã é
bem fraco isso quando tem essa opção.
Fiz
uma parada no Sineriz e depois segui para Erechim, era o ultimo dia de viagem,
apenas 600 km para percorrer, a principio tranquilo, estava enganado, toda a
chuva da viagem estava concentrado apenas nesse ultimo dia, somados a péssima estrada
e o grande movimento de caminhões, o ultimo dia foi de desafio, com paciência e
sorte cheguei a Erechim, sem maiores problemas.
Após uma ótima noite de sono, e um desayuno,
segui até Santana do Livramento.
Foi uma
viagem bem chata em parte pelo enorme calor na estrada, cheguei cedo em Uruguaiana
por volta das 17 horas, a pior parte da viagem foi perder umas 2 horas para
fazer a saída da Argentina, a quantidade de Argentinos seguindo para o Brasil
era enorme. Acabei levando na esportiva até porque estava voltando para a casa,
e mais alguns minutos já estava no Brasil.
Cheguei em
Santana do Livramento, já de noite, muito cansado com muitos mosquitos suicidas
na viseira, mas estava feliz, estava no Brasil, com apenas um dia de viagem
para chegar em casa.
No dia seguinte acordei sedo e segui direto para o Canion del
Atuel (RN 173), um lugar impressionante em todos os sentidos, o caminho é de
rípio, mas foi um trecho tranquilo de percorrer, fazendo uma pequena comparação
do Canion del Atuel com o canion Itaimbezinho localizado em Santa Catarina, dou
nota 9 pra o del Atuel e 4 para o Itaimbezinho não só pela beleza mas em
tamanho também, outro diferencial é a possibilidade de percorrer todo ele de
moto, algo indescritível, para min foi o melhor lugar visitado nos 12 dias de
viagem.
Ao final
temos asfalto e logo se chega ao dique Valle Grande, já fora do canion, bonito,
mas nada de espetacular, essa região também é propicia para a prática de
esportes náuticos, segui até a cidade de Villa Maria, até porque minha viagem
esta na estrada se fosse para fazer turismo quem sabe pararia na região,
pegaria um bote e desceria o Rio Atuel, mas essa opção estava fora de cogitação.
Segui
até Villa Maria, onde cheguei ao final da tarde, não havia levantado hotéis e
nem tao pouco feito reservas, tive um pouco de dificuldade de achar um lugar
para dormir, não pela quantidade de lugares que são muitos, mas pela condição
de preço acessível e quando achava um local acessível estava lotado. Após passar
por uns 6 hotéis achei um lugar interessante, residencial amanhecer, no centro
da cidade.
Após dois dias passeando em Mendoza, hora se seguir para San
Rafael, a distância entre as cidades é de apenas 230 kms, mas como em uma
viagem de moto o principal é o trajeto sempre e não apenas chegar logo aos
destinos, me organizei para fazer alguns passeios próximos de San Rafael, percorri 400 km de Mendoza a San
Rafael, pela RN40, RN143, RN180 e RN173.
A região
possui muitos diques, pequenas represas, e algumas usinas hidrelétricas, segui
pela RN40 até os diques Los Reyunos e Los Tigres, bati algumas fotos e segui
até a Villa El Nihuil, um lugar muito bonito com um dique de mesmo nome, uma
região onde se pratica muitos esportes náuticos. Era fim de tarde, e preferi procurar
um lugar para dormir, por sorte achei uma cabana de propriedade de um casal
chileno.
Reservei dois dias para conhecer
Mendoza, um primeiro para curtir a cidade e fazer alguns passeios na região e
um segundo dia para visitar algumas vinícolas. Existem muitas vinícolas na região (Valle de Uco),
e são chamadas de Bodegas, e são em grande numero, são tantas que precisará de
muitos dias se quiser conhecer cada uma delas, minha dica é ainda no hotel
reservar as visitas, muitas só podem ser visitadas mediante reserva.
Uma
excelente opção de Bodega se chama LA AZUL, é uma vinícola pequena, mas
genuinamente argentina, onde se podem degustar todas as opções de vinhos
produzidos, mas se pode também almoçar na vinícola, um ótimo almoço, regado a
muitos vinhos.
Não
pude aproveitar as Bodegas em suas plenitudes, por estar de moto, vou ter que
voltar com mais calma, tempo e dinheiro.
Finalmente estou em Mendoza, uma cidade peculiar com muito o
que ver, só na cidade já existe muitos passeios a serem feitos, com muitos
parques e monumentos históricos, como por exemplo, Parque General Martín,
Ruinas de San Francisco, Plaza Independencia, o centro da cidade também é uma
ótima pedida com lojas, bares e restaurantes. Reserve um tempo na cidade, mas
não se limite a ela, pois nos arredores de Mendoza é até mais interessante que
a cidade.
No
contorno de Mendoza existe Potrerillos, um lago que é praticamente uma praia,
vale a visita.
O quarto dia da viagem prometia, sai do Chile e
entrei na Argentina pelo Paso Caracoles, provavelmente um dos locais mais
bonitos para apreciar a magnifica Cordilheira dos Andes.
Saí por
volta das 8 horas de Vina e logo comecei a subir a cordilheira, a subida é
impressionante com muitas curvas e um visual incrível, um pouco antes da aduana,
passei pelos caracoles um sequência incrível de curvas.
Logo após os
caracoles tem o Cristo Redentor, quando passei estava fechado, mas vale a
pena a visita. Entrando na Argentina tem o principal acesso ao Parque Aconcaguá
e logo adiante Punta del Inca (Uma antiga construção criada para ser um hotel,
mas que teve que ser desativado após uma grande avalanche).
Fiz uma parada em Los Penitentes, para almoçar, local com grande infraestrutura, por ser uma estação de esqui, mas por estar em pleno verão, muitos dos restaurantes estavam fechados, por sorte existia um local aberto, onde almoçei.
Rodando mais
alguns quilômetros se chega a Uspallata, o principal caminho para se chegar a
Mendoza é seguir a direita, mas existe uma segunda opção com um pouco mais de quilômetros
a percorrer e um pouco de rípio, cerca de 100 km, que é por Villavicencio, um
estrada com muitas curvas, e uma vista lista, que foi minha opção. O lugar é
lindo, e como eu estava de moto curtindo cada curva, valeu a pena seguir por
este caminho.
Cheguei a
Mendoza no inicio da noite, abasteci a moto e segui para o hostel, aliais Mendoza
tem inúmeras opções de hospedagem, para todos os gostos.
A viagem até Vina del Mar foi ótima
rodei 400 kms margendo o pacíIco, parei algumas vezes para apreciar o
oceano e bater muitas fotos, a poucos kms de Vina del Mar segui pela Ruta
del Mar, Circuito Litoral Norte, para quem esta de moto e a viagem é o trajeto,
vale a pena deixar a famosa ruta 5 e seguir por este caminho.
A chegada à
pousada não foi tranquila, Vina del Mar é uma cidade muito movimentada com
muitas ruas em sentido único, mas tinha a pousada no gps, então não foi difícil
chegar.
Vina é uma cidade turística, O
principal passeio na cidade é curtir as praias e andar pelo calçadão cheio de
jardins, existem muitas pousadas e hotéis, e inúmeros bares e restaurantes, a
dica é se hospedar perto do centro para a aproveitar toda a gastronomia da
região.
Cheguei ao final da tarde e já na
manhã seguinte parti para Mendoza, mas se tiver um pouco mais de tempo vale
a pena ficar uns dias em Vina de Mar e se possível dar uma esticadinha até
Valparaíso.
Estava iniciando o quarto dia de
viagem em um total de 12, ainda tenho muita estrada pela frente, mas os piores
dias já ficaram para trás, onde percorrei 2000 km nos dois primeiros dias e enfrentei as piores adversidades no terceiro, agora em diante tenho menos quilometragens
por dia a ser percorrido, com mais passeios a serem feitos.
Acordei bem cedo em Copiapó o
destino é descer pelo pacífico até Coquimbo, fiz uma pequena parada no
centro de Copiapó, para fazer cambio e aproveitar uma feirinha de artesanato na
praça e depois seguir até La Serena.
A viagem até La Serena foi tranquila,
percorrei apenas 400 km e já estava no pacífico, à estrada é excelente,
com alguns mirantes no caminho, o forte vendo no pacífico me acompanhava.
Fiz uma parada em La Serena, para
almoçar e curtir o FARO MONUMENTAL DE LA SERENA, que é um farol as margens
do pacífico, fiquei ali uns minutos e depois seguimos para o camping 40 km do
farol.
Camping Guanaqueros, as
margens do pacífico, lugar que surpreendeu logo ao chegar, tranquilo,
sem vento, com excelente estrutura e as margens do pacífico.
No dia Seguinte montei as coisas na moto e segui até Vina del Mar.
CENTRO DE COPIAPÓ
CENTRO DE COPIAPÓ
LA SERENA
FARO MONUMENTAL DE LA SERENA
COQUIMBO CHILE
COQUIMBO CHILE
CAMPING QUANAQUEROS, COQUIMBO
COQUIMBO CHILE
RUTA DEL MAR PRÓXIMO DE VINA DEL MAR (CH)
COSTEANDO O PACÍFICO LA SERENA - VINA DEL MAR (CH)
Saindo de Fiambalá sentido oceano pacífico ja é subida de cordilheira, os primeiros quilômetros são muitos bonitos, excelente
estrada, muitas curvas com uma paisagem deslumbrante na região de
Catamarca.
A medida que subia a cordilheira o calor ia embora e o
frio aumentava, com muito vento, a moto uma CB500 carburada, ia bem mas acima
dos 3000 m de altitude ela começou a reclamar do ar rarefeito, falhando,
engasgando e bebendo muito, a média que vinha na casa dos 17km/h despencou para
uns 9Km/h, levava 13 litros de nafta na bagagem chegando na aduana da Argentina
abasteci a moto com o bidon e comprei mais nafta, um recurso disponibilizado
na aduana já que entre Fiambalá e Copiapó são 480 km sem posto.
A chegada na placa do Paso San Francisco teve gosto de vitória
mas não dá pra comemorar ainda, o maior desafio vai começar. Iniciasse os 60 kms
de rípio, muita areia e pedra, não conseguia passar dos 60 km/h, ruim
mesmo, o pior rípio que já enfrentei, executei muitas salvadas de queda mais ainda sim
a moto foi ao chão em duas vezes.
Chegando da Aduana chilena o piso já é bem melhor, mas ainda
sim de rípio que requer cuidados.
A chegada em Copiapó foi ou entardecer com mais uma
dificuldade sol na cara no entardecer no pacífico.
A moto que veio na cordilheira
falhando bastante foi só chegar abaixo dos 3000 m que voltou ao normal com alto
desempenho e baixo consumo.
Enfrentei vento, frio, ar
rarefeito, arreião e muitas pedras na estrada....a viagem é longa mas após
muitos obstáculos superados, tive que comemorar, afinal enfrentar a cordilheira com uma moto carburada de mais de 10 anos, sem qualquer problema mecânico, foi algo surpreendente, méritos da CBzona, um "tanque de guerra" de forte.